Quantcast
Channel: Gym Blog Brazil
Viewing all articles
Browse latest Browse all 1165

Domínio estadunidense na ginástica artística feminina? - Parte 1

$
0
0

Na ginástica artística feminina podemos identificar um quarteto de países considerados já tradicionais no esporte – alguns mais que outros – mas que, em linhas gerais, alcançaram um nível elevadíssimo. Trata-se da Rússia (a principal herdeira da antiga URSS), da Romênia, da China e dos Estados Unidos. Cada um desses países tende a seguir certo padrão no esporte, como por exemplo, o biotipo das atletas, destaque em certo(s) aparelho(s), artisticidade, etc. Por exemplo, a Romênia é caracterizada por formar ginastas carismáticas, de baixa estatura, ágeis e potentes, tendo se destacado, especialmente, em aparelhos como trave, salto e solo. Já as chinesas tendem a transmitir um tom de seriedade, porém carregado de expressão artística; em sua maioria, são atletas magras e também pequeninas, de aparência frágil e delicada, mas que têm uma capacidade tremenda de trabalho dentro da técnica de cada exercício e conseguem apresentar séries com postura quase impecável, especialmente na trave e nas barras paralelas. Enquanto que as russas (note-se que quando me refiro às russas também deixo implícitas as memoráveis ginastas soviéticas) tradicionalmente apresentam linhas corporais mais alongadas e elegantes, tendo como traço mais marcante a beleza e capacidade artística inconfundíveis, aliadas a séries difíceis. Essa escola tem como aparelhos de destaque o salto, o solo e, mais recentemente (últimos 20 anos), atingiu um desenvolvimento muito característico nas barras.  Por fim, os Estados Unidos, que foi o último país a conquistar um lugar nesse seleto grupo e começou a trilhar seu caminho de sucesso de maneira meteórica, geralmente tem ginastas de estatura maior e com uma estrutura corporal aparentemente mais forte, com muita potência e facilidade acrobática incrível. Graças a isso, as americanas são conhecidas hoje por apresentarem séries com valor de dificuldade altíssimo e consistência absurda. Elas trabalham muito bem no solo e na trave, mas, ultimamente têm mostrado um progresso singular no salto sobre a mesa. É importante observar que cada uma dessas escolas tem seus elementos idiossincráticos que as distingue e isso, sem dúvida, dá um ar todo especial às competições. Apesar de ter minhas preferências individuais, e é normal que os admiradores desse esporte se identifiquem mais com determinada escola, é igualmente importante ter em mente que essas características únicas de cada modelo não os tornam melhores ou piores que os demais, mas sim diferentes. São essas diferenças que dão graça ao esporte!

Feitas essas considerações iniciais, necessárias ao debate que vou propor nesse post, quero encaminhar a discussão para o fim devido: Os Estados Unidos, mesmo sendo o último país a entrar nesse quarteto e, portanto, tendo um desenvolvimento tardio nesse esporte, já pode ser considerado como a principal potência da ginástica atual? Lembre-se que essa posição foi ‘digladiada’ entre Romênia e URSS por muito tempo e, na realidade, nunca se chegou a um consenso se houve uma superioridade, quer seja romena, quer seja soviética. Estaríamos testemunhando uma supremacia inédita e absoluta nesse esporte, sob a liderança dos EUA? Eu arriscaria dizer que sim, e vou mostrar as razões.

Primeira parte do artigo de Fabiano Araújo "Domínio estadunidense na ginástica artística feminina?"

Viewing all articles
Browse latest Browse all 1165

Latest Images

Trending Articles